A presidenta Dilma Rousseff sancionou, no
dia 21, a lei que torna hediondo o crime de exploração
sexual de criança, adolescente ou pessoa vulnerável.
Utilizar-se dessas pessoas em atividades sexuais
remuneradas, para pornografia infantil ou exibição em
espetáculos sexuais, públicos ou privados, constitui
exploração sexual. A sanção ocorreu durante a Semana
Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças
e Adolescentes.
A proposta diz que o crime ocorre mesmo
que não haja ato sexual propriamente dito, mas qualquer
outra forma de relação sexual ou atividade erótica que
implique proximidade física e sexual entre a vítima e o
explorador.
A pena prevista passa a ser de quatro a
dez anos de reclusão, aplicável também a quem facilitar essa
prática, impedir ou dificultar o seu abandono pela vítima.
Incorrerá na mesma pena quem for pego praticando sexo ou
outro ato libidinoso com alguém menor de 18 e maior de 14
anos no contexto da prostituição.
Os condenados não poderão pagar fiança e
não terão direito a anistia, graça ou indulto natalino. A
pena imposta terá de ser cumprida inicialmente em regime
fechado. Para a progressão de regime, será exigido o
requisito objetivo de cumprimento de, no mínimo, dois
quintos da pena aplicada, se o apenado for primário, e de
três quintos, se reincidente.
A Lei do Crime Hediondo (8.072/90) já
prevê essa classificação para outros dez crimes graves, como
estupro de crianças e adolescentes menores de 14 anos e
pessoas vulneráveis (que não têm condições de discernimento
para a prática do ato devido a enfermidade ou deficiência
mental), latrocínio e sequestro seguido de morte.
O aplicativo Proteja Brasil, lançado pelo
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), foi
desenvolvido para smartphones e pode ser baixado
gratuitamente. Ele facilita a denúncia para o crime de
exploração sexual. A partir do local onde o usuário está, o
Proteja Brasil indica telefones e endereços e o melhor
caminho para chegar a delegacias especializadas de infância
e juventude, conselhos tutelares, varas da infância e
organizações que ajudam a combater a violência contra a
infância e adolescência nas principais cidades brasileiras.