Plástica após
bariátrica é garantida por lei
Convênios continuam recusando a
operação
Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor (Idec) revela que a cirurgia
bariátrica é o procedimento mais recusado pelos convênios,
embora seja garantida pelo rol da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), que regula a cobertura obrigatória dos
planos de saúde. A reboque dela vem a cirurgia de retirada
de pele, necessária em decorrência da enorme perda de peso.
Muitas vezes os planos negam a liberação da plástica, quando
esta também é um direito do consumidor.
No caso do paciente pós-bariátrica, a retirada de pele
excedente é considerada cirurgia plástica reparadora, não
puramente estética, e o procedimento é um direito deste,
garantido pela portaria nº 425, de 19 de março de 2013, do
Ministério da Saúde. A intervenção cirúrgica é indicada
pelos médicos para melhorar a qualidade de vida do paciente.
De acordo com o cirurgião plástico Luiz
Anízio Wanna, o excesso de tecido pode causar prejuízos à
saúde, como dermatite de contato com inflamação local,
acompanhada de odor. Além de benefícios de ordem física, a
cirurgia visa eliminação dos excessos e da flacidez que
podem dar uma imagem corporal disforme após o
emagrecimento.
Caso o convênio recuse a cobertura do
procedimento, a advogada Dayse Guimarães da Fonseca
aconselha procurar um advogado para entrar na Justiça. “Você
vai ajuizar a ação, que poderá ser numa vara cível ou num
Juizado Especial, dependendo do valor da causa”, orienta a
advogada.
Cobertura é para quatro tipos de
intervenção
Os tipos mais comuns de cirurgia plástica
após a bariátrica são a mamoplastia e a abdominoplastia (dermoliptomia
abdominal). Entretanto, em alguns casos, tornam-se
necessárias também a dermolipectomia da coxa e a
braquioplastia. Depois de uma grande perda de peso, em
média, são precisas de quatro a cinco cirurgias plásticas
para reconstruir o contorno corporal de uma pessoa que vem
de uma obesidade mórbida.
A mamoplastia, também chamada mastopexia,
consiste em reverter o caimento do seio, elevando a mama até
sua posição original. Nos casos em que a paciente perde
muito tecido mamário, é preciso fazer um implante de
silicone. Quando não, é feita a retirada do excesso de pele
e o reposicionamento do tecido mamário para dar um novo
contorno à mama.
A abdominoplastia é a plástica do
abdômen, trata-se da retirada do excesso de pele abdominal,
associada à plicatura da musculatura – uma intervenção que
deixa o abdômen mais firme, diminuindo o diâmetro local,
evidenciando as curvas do corpo. A cicatriz fica na região
púbica, como a cesárea estendida. Mas em pacientes com muito
excesso, há necessidade também de uma cicatriz vertical no
abdômen.
A braquioplastia e a dermolipectomia da
coxa têm o objetivo de retirar o excesso de pele dos
membros. Para cada grau de flacidez, existem diferentes
técnicas e cicatrizes a serem utilizadas no momento da
cirurgia. Elas duram aproximadamente duas horas. A
dermolipectomia tem um pós-operatório um pouco incômodo por
estar localizada próxima às áreas genitais.
De acordo com Dr. Wanna, tanto a
mamoplastia quanto a abdominoplastia dura cerca de duas
horas e meia. O pós-operatório de todos os procedimentos não
é doloroso, apenas incômodo no caso da dermolipectomia, e o
tempo de recuperação é de 30 dias. No geral, o médico
recomenda a plástica após dois anos de cirurgia bariátrica,
quando o peso do paciente já foi estabilizado e seu IMC
encontra-se abaixo de 35.
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