“Somos um só verso” é a máxima de Lucília Dowslley, grande
poeta, atriz e produtora do Brinde à Poesia, sarau que já
entra em seu décimo sexto ano de existência, entre outros
talentos. E o II Encontro de Poetas da Língua Portuguesa,
realizado no fim de semana de 26 e 27 de setembro último,
confirmou sua excelente citação. No sábado, aqui em Niterói,
e domingo, no Rio, o evento agregou poetas de múltiplas
cidades e países lusófonos, ou seja, que têm o Português
como sua língua nativa. São raras as oportunidades de unir
tantos poetas em um mesmo evento.
Do primeiro encontro, realizado em Portugal em 2014, ficou a
vontade de repeti-lo anualmente. E, da união de poetas da
língua portuguesa, nasceu, este ano, a antologia “Entre o
Samba, o Fado e a Poesia”, organizado pela poeta e cantora
Mariza Sorriso, e publicado pela Dowslley Editora.
Na coletânea estão presentes nomes do Brasil, Portugal,
Moçambique, Cabo Verde, e outras partes do planeta onde se
fala o Português. São 64 poetas, cada um participando com
três poemas, totalizando 196 poesias em 236 páginas. A
cultura e os traços comuns entre os lusófonos espalhados por
todo o mundo está presente em vários estilos, entre eles
sonetos, poemas concretos, haikais, poemas livres. Para quem
gosta do gênero, é o prato principal de uma grande festa da
literatura poética de nosso idioma.
Fernando Pessoa, escritor português que dispensa
apresentações, diz, em seu fantástico “Eu sou uma
antologia”: “Eu sou uma antologia/escrevo tão
diversamente/que, pouca ou muita valia/dos poemas, ninguém
diria/que o poeta é um somente.” Bravo, Pessoa! Cada um de
nós, poetas é, ao mesmo tempo, muitos. Somos vozes de tantos
cidadãos mudos desta terra tão imensa quanto diversa e rica,
escrevemos e declamamos desde as agruras da condição humana
até o gemido das árvores cortadas. E agora estamos, mais uma
vez, dando asas à nossa verve, para tocar e emocionar
corações solitários e apaixonados.
Sigo agora carregando no peito extenso orgulho por fazer
parte desta antologia. E a alma agraciada pelo convite
recebido, para estar no meio de poetas tão brilhantes.
Estarmos irmanados pela língua e a poesia nos traz o
regozijo por podermos (ainda) espalhar, aos quatro ventos, o
Português como o idioma-pai de belíssimas estrofes.
Durante o II Encontro tivemos a extraordinária oportunidade
de nos unirmos, e apresentarmos ao público presente, um
pouco de nossa obra. Foram tardes/noites memoráveis para a
poesia lusófona, no Caminho Niemeyer, em Niterói, e no Museu
da República, no Rio. Cada um dos autores declamou um ou
dois poemas, apresentando suas essências poéticas com grande
alegria. Como eu já disse aqui, em outras ocasiões, a poesia
se constitui em literatura que atrai milhões de pessoas no
mundo, sim! Cada vez mais tenho certeza disso, em cada
evento do qual participo, em cada chance de estarmos juntos
em torno da poesia.
Nosso público traduz-se em homens, mulheres e crianças
extasiadas diante dos versos que se sucedem a provocar a
identificação de mentes e corações. São indivíduos ávidos
por quem lhes sejam voz e eco. São olhos brilhando e
sorrisos se abrindo em meio aos recitais que falam
exatamente o que eles sentem, sofrem, esperam.
Em 2016, por certo, faremos nosso terceiro encontro. E quem
não foi, desta vez, poderá ir na próxima. Por enquanto, o
livro está aí para o deleite dos admiradores da poesia. Quem
quiser adquirir um ou mais exemplares do “Entre o Samba, o
Fado e a Poesia” é só enviar uma mensagem para a página
Dowslley Editora e Comunicação, no Facebook, e encomendar.
Porque juntos somos mais, pela e para a POESIA!!!