Confirmado.Vão mesmo mudar o nome da ponte Rio-Niterói que,
oficialmente, se chama Ponte Presidente Costa e Silva em
homenagem ao hediondo marechal que, entre outras barbáries,
baixou o AI-5 no fatídico 13 de dezembro de 1968 atirando o
Brasil nas trevas.
Não gosto de nomes de pessoas em locais públicos já que
ninguém, absolutamente ninguém, é blindado contra deslizes,
falhas, vacilos. Leio no ótimo livro “1942 – o Brasil e sua
guerra quase desconhecida”, de João Barone (baterista dos
Paralamas) que os submarinos alemães na Segunda Guerra eram
batizados, apenas, com a letra U (inicial de submarino em
alemão) e um número.
Por exemplo, o U-507 fez um arraso no litoral brasileiro em
1942, afundando vários navios mercantes. Substituir nomes
por letras e números talvez o único bom exemplo daquela
horda de boçais comandados pelo inclassificável Adolf
Hitler.
Nossas estradas, aeroportos, portos, cidades, ilhas, ruas,
vilas, avenidas deveriam ser nomeados apenas com um código.
Existem até cidade brasileiras batizadas com nomes de
larápios. O ex- simpatizante do nazifascismo Getúlio Vargas
(quem sabe da vida dele é a biografia de Filinto Müller
“Falta alguém em Nuremberg”, de David Nasser) é o recordista
em nome de ruas, avenidas e estradas e que até o polêmico
Che Guevara (a história dele ainda não está fechada) é nome
de escolas, estradas, etc.
Há alguns nomes sugeridos para rebatizarem a ponte, a
maioria gente de fora sem qualquer vínculo com Niterói. Mas
o mais grave não é a falta de vínculo com a cidade, mas a
possibilidade de fazerem média com políticos que, como o
restante dos mortais, tem suas biografias vasculhadas o
tempo todo. A possibilidade de um santinho de hoje virar
moleque amanhã é grande.
Niterói já homenageou alguns facínoras, como aquele
açougueiro do coronel Moreira César (o carrasco de Canudos)
que dá nome a uma das principais ruas do mais populoso
bairro da cidade, Icaraí. Andando pelas vias niteroienses
vemos muitos nomes polêmicos devidamente homenageados.
O nome de Costa e Silva deve ser removido e atirado na
privada sim, mas em seu lugar, simples, muito simples.
Chamar a ponte de “Rio-Niterói” e fim de papo. Oficializar
logo o apelido já que não conheço ninguém que chame a ponte
pelo nome do hediondo marechal.