Unir esforços para saber como os poderes Executivo e
Legislativo municipal podem contribuir para suprir carências
materiais e operacionais da Polícia Militar. Esta foi a
palavra de ordem da reunião realizada nesta quarta-feira
(21) entre os comandantes militares que atuam na Grande
Niterói e 15 dos 21 vereadores. Na reunião, realizada no
Gabinete da Presidência, o vereador Paulo Bagueira (SDD)
enfatizou que o tema deve ser discutido por toda a
sociedade.
“Todas as esferas de poder, todos os órgãos envolvidos com a
segurança pública têm responsabilidade. Aqui nessa reunião
com a cúpula da PM o tema tem que ser a ação da polícia no
município, o que pode ser feito para melhorar a presença do
policiamento ostensivo nas ruas é nosso foco”, disse o
vereador Renato Cariello (PDT) coordenador do encontro e
presidente da Comissão de Segurança.
Concordando com o presidente da Casa, o tenente-coronel
Marco Aurélio Pires Louzada, subcomandante do Comando de
Policiamento Especializado (CPE), lembrou que não cabe à
Polícia Militar questionar a origem do problema, seja ele
social ou econômico. “O crime será combatido no asfalto, na
favela, em qualquer lugar. As causas devem ser estudadas e
combatidas, mas cabe a nós o combate e dar à população a
sensação de segurança”, disse o coronel. O CPE responde,
entre outras unidades especiais, pelo Grupamento Aeromóvel
(GAM), pela Companhia Independente de Ações com Cães, e
pelos batalhões de Operações Especiais (BOPE), de Polícia
Rodoviária (BPRv) e de Choque (BPChoque).
Questões objetivas como a troca de lâmpadas queimadas, a
poda de árvores, a fiscalização dos terrenos e casas
abandonadas que servem de esconderijo para marginais, foram
algumas das propostas tiradas durante o encontro. Segundo o
coronel Fernando Salema, comandante do 12º BPM (Niterói),
também presente ao encontro, o batalhão conta hoje com um
efetivo total de 1.050 homens. Por conta das escalas de
serviço diariamente entre 280 e 300 policiais são colocados
nas ruas de Niterói e Maricá.
No início da reunião o vereador Henrique Vieira (PSOL),
autor do pedido de abertura da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) dos Autos de Resistência, questionou a forma
tradicional de ação policial que, segundo ele “leva ao
enfrentamento e a um aumento do número de mortes”. Na
avaliação do chefe do 4º CPA (Comando de Policiamento de
Área), coronel Danilo Nascimento, atualmente, 85% das mortes
têm origem no tráfico de drogas.