Todo ano que acaba implica certo nó no peito porque mais um
tempo se passou. Mas também descortina um futuro próximo em
que podemos tomar novas decisões, fazer projetos, recomeçar.
Clarice Lispector dizia que o tempo se contava em anos, e
assim mais um se encerra enquanto outro o sucede. De minha
parte decidi, em 2016, me amar de verdade: cobrar-me menos,
não permitir que me exijam tanto, amar com o coração aberto
mas respeitando meus próprios limites. Amar-me em primeiro
lugar, para poder amar meu próximo livremente, também sem
cobranças e expectativas que, por vezes, adoecem as
relações.
Em 2016 quero sentir minha autoestima crescendo, ter mais
segurança no meu valor como ser humano. Por isso sugiro que
o ano vindouro seja tempo de maior libertação. Desconstrução
das amarras que, amiúde, construímos ao nosso redor.
Alforria das culpas que nos atormentam por tanto tempo.
Aceitação plena de nosso ser. Porque hoje sei que Deus nos
trata dessa forma: que Ele nos ama de tal maneira que deu
Seu filho unigênito para que não pereçamos, mas tenhamos a
vida eterna. E a vida eterna já começou, aqui e agora.
Percebo Deus nos tratando para que o amor entre nós seja
desprendido, destituído de grilhões, traumas e feridas
impeditivas para a liberdade de nos admiramos, e sabermos
dimensionar nossos valores.
E para ilustrar esse, até certo ponto, ousado propósito,
escolhi o poema de Kim e Alison McMillen, que traduz tal
intento, tão difícil para a maioria de nós, com extrema
propriedade e brilhantismo. Feliz Ano Novo, leitores amigos,
que a paz inunde nossos corações e tenhamos êxito em nossos
planos!
“Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer
circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no
momento exato. E então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem
nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia,
meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou
indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida
fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece
contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é
ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para
realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o
momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que
não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer
coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão
chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre
e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos
megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no
meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter
razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o
passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no
presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me
atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço
do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.