O jornalista, radialista e escritor Luiz Antonio Mello
lançou semana passada uma nova e atualizada edição de seu
livro “5 e 15 - Rock Romance”. O livro, em versão digital,
pode ser lido em smartphone, tablet, notebook, desktop ou
qualquer e-reader como o Kendle. Para acessar visite
www.gazetanit.com.br/lam_5_15.htm
“5 e 15” é uma ficção que se passa nos anos 80 e narra a
saga do personagem Crimson, um médico psiquiatra e cientista
que por graves motivos existenciais e políticos decide
confrontar cientificamente o império do narcotráfico
mundial.
O autor conta que “ quando assisti ao filme “Cidade dos
Anjos” e vi a personagem da Meg Ryan fazendo cirurgias ao
som de Jimi Hendrix, percebi que só os reacionários acham
que Rock, Blues, música atonal são “coisas de maluco”. Há
alguns anos fiz uma pequena cirurgia e o anestesista
perguntou se podia ligar um som no centro cirúrgico e pôs
Pink Floyd. A Ciência melhora quando ouve, lê, assiste o que
quer. “
“5 e 15” é uma referência/homenagem à ópera rock
“Quadrophenia” do The Who e uma de suas músicas se chama “5
e 15”. Mais, “5 e 15” é hora de alvorada e de crepúsculo.
Hora do rush na Inglaterra (daí o nome da canção do Who).
Além do que, por razões que Crimson deixa óbvias, o número
15 tem uma importância crucial para ele.
Luiz Antonio Mello comenta que o rock está presente na vida
do Crimson como trilha sonora e objeto de reflexão.
Quadrophenia significa também um tipo de esquizofrenia.
“Acho normal que muita gente pergunte se o livro é de Rock,
pois a minha história orgulhosamente está muito vinculada a
essa manifestação cultural. “, diz o autor.
“5 e 15” é uma constatação de que a Ciência pode derrubar o
império do narcotráfico, como também ditaduras de Estado,
ditaduras caseiras (o personagem Otacílio mostra bem isso),
o livro mostra que a ciência é um dos braços mais poderosos
de Deus.
Sobre a opção de publicar o livro em versão digital na
gigante Amazon, LAM explica que “fiquei fascinado com o
preço para o consumidor, que é bem mais baixo. Gostaria que
todo mundo, duros ou não, lessem “5 e 15”. Além do mais,
defendo todos os formatos de literatura. Se alguém
descobrir, por exemplo, um livro inédito de Machado de Assis
(já pensou que beleza?) escrito em folhas de amendoeira, ou
papel higiênico, vou tentar comprar. Livros de papel e
digitais são complementares. “
Para ele o livro de papel jamais vai perder o seu lugar e o
digital está ocupando uma outra área e pode chegar ao
celular de qualquer um, em qualquer lugar do mundo. “Esse
foi ponto também me seduziu: distribuição do livro. Antes da
internet era um inferno, você tinha que implorar para o seu
livro ser vendido numa livraria. Agora não. Qualquer pessoa,
de qualquer lugar clica num link e baixa o livro em alguns
segundos. Aliás, o link é esse:
http://j.mp/lam_5_15.
Gostei da proposta da Amazon e publiquei lá. Eles dão muito
suporte, respondem os e-mails logo, enfim, não é a toa que é
a maior do mundo. Mas o importante é livro barato para a
população. Quero muito que as pessoas leiam e opinem sobre
“5 e 15”, que, aliás, já está com cinco estrelas (cotação
máxima) nas avaliações dos leitores da Amazon.”
Você é jornalista, cronista, escritor. Como se sentiu
escrevendo um romance?
LAM – Comecei a rabiscar “5 e 15” em 1998. Mas parei.
Não me sentia com capacidade suficiente para me embrenhar no
maior desafio da Literatura que é o romance. Ia deletar as
70 páginas iniciais, mas antes entrei em um grupo de
discussão literária na Internet e mandei esses “rabiscos”
para desconhecidos opinarem. Gente que tem muita intimidade
com livros e por não me conhecerem não teriam
constrangimento em falar o que pensam. Dos que responderam,
a maioria gostou. Ainda assim parei de novo várias vezes.
Amigos me incentivaram a finalizar. E em 2005 com o
monitoramento da jornalista e escritora Raquel Medeiros,
concluí a primeira versão e entreguei os originais à Tech &
Mídia, da Liliana de La Torre que viabilizou a primeira
edição. Sou muito grato a Liliana e a Raquel.
Essa nova edição foi muito mexida. Muito. Contei com a ajuda
do Philippe Mello que é craque em Metal (ele faz o programa
“Selva do Metal, aqui na Rádio Cult FM) e gestão na
finalização da nova edição. Modéstia à parte, está bacana.
O livro “5 e 15” é o primeiro de uma série?
LAM - Comecei trabalhar em Jornalismo aos 16 anos.
Aos 18, fui repórter de uma rádio popular e passava os dias
em favelas debaixo de tiroteios, uma experiência crucial na
minha formação profissional. Saí dessa rádio popular e fui
trabalhar na rádio JB AM. A diretora de jornalismo era Ana
Maria Machado (hoje da Academia Brasileira de Letras) que
fazia pessoalmente a entrevista de seleção para a vaga.
Olhou meu currículo e disparou uma única pergunta: que
livros você leu? Felizmente sempre li muito e passei na
entrevista.
“5 e 15” traz vivências minhas a bordo do Jornalismo com J
maiúsculo que exerci na rádio e Jornal do Brasil naqueles
duros tempos de ditadura e depois em vários outros veículos.
Esse tipo de Jornalismo mostrou que nada é possível sem
esperança. Provou que ou você acaba com o baixo astral ou o
baixo astral acaba com você. Logo, farei outros romances.
Sempre em nome da perseverança e otimismo. Sem pieguices.
Não me convidem para pagode de hiena. “5 e 15” é esperança e
os outros que virão também. Detesto vitimologia.