O PT tem três
passagens por Niterói. Desastrosas. A primeira foi no ano
2000 e ficou até 2002; um curto e medíocre mandato. Em 2004,
o candidato do PT venceu no segundo turno e assumiu a
prefeitura em 1º. de janeiro de 2005. Ele gostava do ditado
“pau que nasce torno, morre torto” e comprovou, ele mesmo,
que tinha razão. Fez um dos mais melancólicos, anêmicos e
polêmicos governos da história da cidade. De fato, pau que
nasce torto...
O PT foi
escorraçado pelos eleitores em 2008, mas voltou a prefeitura
em 1º. de janeiro de 2013 quando o petista prefeito desde
sempre venceu num segundo turno apertado. Foi apoiado por
Sergio Cabral, José Dirceu, Dilma e Lula.
Apesar da
prefeitura investir pesado em propaganda afirmando que
Niterói é a cidade da mobilidade urbana (expressão inventada
pelo petismo), o que os habitantes sentem em seu sofrido dia
a dia, é que a cidade, na verdade, tornou-se uma das
capitais nacionais da Imobilidade. O trânsito vive parado em
Icaraí, Ingá, Santa Rosa, Centro, Fonseca, Região Oceânica.
Que mobilidade urbana é essa?
Na prática, a atual administração do prefeito ex-petista
(que há seis meses mudou-se para o PV, para tentar descolar
sua imagem dos sucessivos e seriais escândalos envolvendo o
PT no país) só começou e inaugurou duas obras de
“mobilidade”: as pistas de skate em São Francisco (que
quando chove vira lagoa) e no Horto do Fonseca.
O túnel
Charitas-Cafubá ainda não foi inaugurado mas já está numa
encruzilhada. Com a benção do governo do estado a CCR
resolveu acabar com os horários do meio dia as 16 horas dos
catamarãs de Charitas, o que significa que quem usar a
futura Transoceânica neste horário não terá barcos para
pegar.
Criado em 1980
por sindicalistas e intelectuais, o PT inventou o “modo
petista de governar” que formata os corações e mentes de
militantes radicais. O “modo petista” é anti democrata,
sectário, fundamentalista, banhado de ódio, rancor,
ressentimento e, no berçário, pregava a ética na política
regada de moralismo torpe. Como bem disse Leonel Brizola, o
PT “é a UDN de macacão”.
O “modo petista
de governar” começou a mostrar as garras em 2005 com o
mensalão, e mais tarde ao promover o maior assalto aos
cofres públicos da história do país, disse a que veio.
Enfim, o misterioso “projeto petista de poder” foi
apresentado ao público pela Polícia Federal, mas os
militantes fundamentalistas tentam justificar o
injustificável, insinuando que um projeto social radical
prevê o que chamam de “expropriação”, versão politicamente
correta de roubo, assalto, pilhagem. Mais: quem contesta,
protesta, critica é chamado de golpista “safado” e a
imprensa que noticia é “vendida, moleca”. Para o egocêntrico
e onipotente petismo, a trilha sonora é “Meu Mundo e Nada
mais”, de Guilherme Arantes.
Jamais votei (e
nem irei votar) no petismo porque entrevistei Lula em 1979,
um ano antes da fundação do partido. Foi o suficiente para
perceber que, como gostava de afirmar o primeiro prefeito
petista de Niterói, em 2000, “pau que nasce torto, morre
torto”. Como podemos (ainda bem) ler, assistir e ouvir (os
fundamentalistas do PT defendem a censura à imprensa), deu
no que deu.
O prefeito de
Niterói é candidato a reeleição, mas como bem disse,
elogiando, um cardeal petista “ele deixou o PT mas o PT não
saiu dele”. Os eleitores de Niterói vão decidir neste
domingo se o petismo fica na cidade por mais quatro anos ou
se deixa a cena, seguindo o exemplo do Brasil.
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