Domingo, lá pelas
cinco e meia, seis horas, já devemos saber quem assume a
cidade a partir de 1° de janeiro do ano que vem. Rodrigo
Neves continua a governar o Palácio Arariboia (e a sede
nova), Felipe Peixoto assume a prefeitura, haverá muitos
votos inválidos? As respostas, meus caros, só obteremos
findo o resultado oficial do TRE. Mas, independente de quem
entra e quem sai, ou até de quantos resolveram não votar nem
em um, nem em outro - sejam quais forem os motivos - a
verdade que os anéis ficarão. E quem ganhar, terá a
obrigação de respeitar o niteroiense, respeitar Niterói e
cumprir com tudo que prometeu ao longo da campanha. Pois é
assim que faz o homem público quando assume tão importante
desafio. Portanto, que vença aquele que conseguir convencer
mais e melhor a população.
SINAL VERMELHO
O segundo turno
das eleições vai decidir quem entra e quem continua, no caso
dos prefeitos que tentam a reeleição, aliás, bem poucos,
devido à crise que assola a maioria dos municípios e a
consequente forte rejeição aos atuais detentores de mandato,
sem falar no preconceito - ojeriza, mesmo - pela classe
política, basta ver o número de votos nulos, brancos e
abstenções da primeira etapa do processo. Processo este que,
além de mostrar a insatisfação do eleitorado, no dia 30,
deve confirmar outro aspecto muito expressivo: o sinal
vermelho no Partido dos Trabalhadores, após o naufrágio do
primeiro turno das eleições, isto é, a possibilidade de o PT
ficar com baixíssima representatividade, também, na maioria
das capitais, podendo significar até mesmo seu fim.
MAIS HARMONIA
Existe uma máxima
que fala da boa harmonia entre os poderes pensando no
bem-estar da população, certo? Todos acreditam que esta
harmonia existe em Niterói, também. Mas quando tentamos
andar em calçadas próximas ao TJERJ, na Dr. Celestino e da
Câmara, na Amaral Peixoto, parece até que há um boicote por
lá, pois é de cair o queixo e, se bobear, ficar enterrado
até o pescoço devido às más condições das ruas e do
calcetamento que estão mais para ‘descacetamento’.
Independente de ser ou não o calcanhar (sem trocadilho) de
Aquiles e do descaso de vários governos que por lá passaram
- ou caíram -, as condições para pedestres daquelas e tantas
outras partes da cidade devem contar com mais atenção das
autoridades ou, já, já, não sobrará pedra sobre pedra em
Niterói pois estarão todas, sem harmonia, causando acidentes
e sendo chutadas para o meio da rua.
SEM SENSACIONALISMO
Quando se diz que
as prisões recentes de muitos ‘cumpanhero’ do PT, como
Palocci (vulgo “Itália”), de Eduardo Cunha e de Marcelo
Odebrecht vão trazer revelações capazes de abalar toda
República, não há nenhum exagero, muito menos
sensacionalismo pra vender jornais e revistas. Quando se diz
que “Amigo”, segundo a PF, é uma das muitas alcunhas do
chefe de toda organização criminosa, ou seja, do
ex-presidente Lula da Silva, que poderá ser preso a qualquer
momento e que estas não são mais apenas suspeitas, nem
perseguição política a quem quer que seja, também não há
excesso algum. O que se vê, a todo momento, é um trabalho
sério da Justiça e boa parte da Imprensa cumprindo com suas
obrigações de colocar bandidos atrás das grades e mostrar à
população quem são eles. Pelo menos, é o que fazem os
profissionais de verdade.
REI DO CANGAÇO
O presidente do
Senado, ‘coronelzinho’ Renan Calheiros, deve estar nervoso
pelo fim próximo de seu cargo na Mesa Diretora que acontece
em 1° de fevereiro do ano que vem e por outras ‘coisinhas’
que podem surgir com as investigações da Lava Jato. Basta
olhar para ele à frente dos trabalhos daquela Casa e sua
expressão durante as entrevistas para ficar claro que está
sob estado de grande abalo emocional. Ou sob efeito de algum
chá alucinógeno, como diria Caiado referindo-se ao ‘colega’
Lindbergh. Mas não é só isso: ele deu pra sair com algumas
outras pérolas (a campeã continua sendo o fatiamento do
julgamento de Dilma), como chamar juíz de ‘juizeco’,
ministro de ‘chefete de polícia’ do governo do qual faz
parte - pelo menos partidariamente - e a PF de ‘fascista’.
Definitivamente, o senador Renan Calheiros ultrapassou todos
os limites da ética, da decência e da falta de respeito e
compostura. Mas, em se tratando de cangaceiros, acostumados
à ficar acima da lei, tudo que Renan faz e fala ainda
encontra seguidores e adeptos.
VELHOS CORREIOS
De repente, você
precisa utilizar os serviços de nossa Empresa Brasileira de
Correios (ECT), ou simplesmente, Correios, para enviar uma
correspondência, um documento, retirar uma mercadoria,
passar um telegrama ( para os mais saudosistas) etc. Se
dirige até uma de suas agências, pega uma senha e aguarda
sua vez. Mas aí pode acontecer algo que já vem se tornando
quase regra: o tal do “sistema pode cair” (palavras dos
próprios funcionários que, aliás, parecem não ter nada com
isso) e você ter de ficar um tempo tão grande aguardando ele
voltar - o sistema, pelo visto, arcaico, impróprio e
obsoleto - que, dependendo do serviço pretendido, pode
chegar mais rápido se for mandado por Fidípedes (aquele da
maratona), soldado ateniense que após avisar sobre o êxito
de uma batalha caiu morto. O que torcemos para não acontecer
com nossos gloriosos Correios que, às vezes, devido longa
espera, quase nos mata de cansaço.
EXEMPLO DAS MULHERES
Logo após o
resultado das eleições em cidades onde houve apenas o
primeiro turno, fiz questão de parabenizar algumas mulheres
que se sagraram vitoriosas nas urnas pela dificuldade que
elas têm de ingressar na política, permanecerem e, mesmo,
colocarem seus nomes para serem avaliados num processo
eleitoral, geralmente, machista, desigual, seletivo e
difícil. Muito difícil, aliás. Em particular, citei o caso
de Quissamã, pequeno e jovem município do norte fluminense,
onde a assistente social Fátima Pacheco foi eleita para
chefiar o Executivo pelos quatro próximos anos. Fiz isto,
por conhecê-la há muitos anos e por saber o quanto teve de
superar desafios, entre os quais passar, várias vezes, por
cima do processo eleitoral machista, desigual, seletivo e
difícil. E traiçoeiro, muito traiçoeiro. Esta trajetória,
somada à capacidade como política e gestora (foi vereadora
duas vezes e secretária municipal outras tantas) exige de
todos nós apoiá-la e acreditar ser possível um mandato
voltado para o crescimento daquele município de tão boas
lembranças e companheiros fraternos.
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