Denúncias de boca de urna e compra de votos serão
rigorosamente apuradas
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou no dia 18 o
envio de tropas federais para garantir a segurança das
eleições nos oito municípios do Estado do Rio, incluindo
Niterói, onde haverá segundo turno.
No dia anterior à decisão (17), o candidato a prefeito de
Niterói pelo PSB, Felipe Peixoto, com o seu vice Antônio
Rayol e o deputado federal Hugo Leal, presidente da
Executiva Estadual do partido, se reuniram com o presidente
do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ),
desembargador Jayme Boente, solicitando reforço para as
eleições deste domingo, dia 30. Para justificar o pedido,
entregaram um documento relatando as diversas
irregularidades verificadas na cidade na votação do último
dia, em especial, na Zona Norte, onde ocorreu a maioria das
práticas ilegais.
“O desembargador nos garantiu ampliar o número de fiscais
eleitorais, com reforço da PM no policiamento e até o
Exército nas ruas de Niterói. O objetivo é coibir com rigor
a boca de urna e outros procedimentos irregulares que
presenciamos no primeiro turno”, afirmou Rayol, que é
delegado da Polícia Federal.
As práticas descritas no documento entregue ao TRE vão desde
boca de urna até ameaça à mão armada. Na comunidade do
Caramujo, na Zona Norte, homens armados com fuzis faziam
boca de urna para um dos candidatos da majoritária e
vereadores. Na região, que tem ainda bairros como Fonseca,
Engenhoca, Ilha da Conceição e Barreto, há inúmeros relatos
de compra de votos. Além disso, um candidato a vereador da
coligação Cidade Limpa foi cercado por homens armados,
sofreu ameaças e teve o carro parcialmente destruído por
pedras e tijolos lançados.
Fiscalização intensificada - Neste segundo turno de
campanha, a fiscalização já foi intensifica pelo TRE em
Niterói. Entre ações do órgão que tem recebido inúmeras
denúncias de irregularidades eleitorais, está a apreensão no
último dia 16, de bonés e camisas que seriam distribuídos
pelo comitê do PV. O material foi apreendido e o candidato à
reeleição pelo partido, prefeito Rodrigo Neves, será
processado por compra de votos, uma vez que a legislação
proíbe a distribuição de brindes de qualquer espécie. A ação
pode render pena de cassação do registro e a inelegibilidade
de Rodrigo por oito anos. Segundo o político, o material era
para funcionários da campanha e “tinha como objetivo
proteger as pessoas do sol forte”.