Niteroiense traz ‘ouros’ da 1ª edição dos Jogos Paralímpicos
Universitários
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Publicado
em 28/01/2017 |
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Promessa no tênis de mesa, Gabriel Mataruna é aluno do
Unilasalle
Era por volta das 12h do dia 12 de janeiro de 2014, quando a
queda do helicóptero em que estava fez o instrutor Gabriel
Silva Mataruna Assumpção, na época com 23 anos, ficar sem o
movimento das pernas. O lead poderia ser esse, mas, neste
caso, o mais importante não é o acidente, e sim o que vem
depois dele: Lassalista conquista ouros no tênis de mesa
durante a primeira edição dos Jogos Paralímpicos
Universitários. Duas medalhas vindas apenas três anos depois
da fatalidade nos ares são apenas um traço da história que o
aluno do 3º período de Direito vem trilhando no esporte.
“Em 2015 conheci o tênis em cadeira de rodas e passei a
disputar competições. Quando soube do primeiro torneio
paralímpico de Jogos Universitários a nível nacional,
organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, decidi
participar mesmo não tendo a minha modalidade. Antes do
acidente já tinha tido experiência com o tênis de mesa,
inclusive sendo campeão em jogos estudantis em Maricá. Vi
ali um caminho”, conta Gabriel.
Para voltar com força total foi necessário treinar duas
horas a cada dia durante dois meses. Com o apoio da Atlética
de Direito do Unilasalle-RJ, Mataruna conseguiu raquete e
camisa, indispensáveis aos jogos, realizados em dezembro de
2016. Depois dos cinco dias de páreo em São Paulo, o futuro
advogado saiu vencedor geral, levando em consideração todos
os competidores, e da Classe III, definida pelo Comitê como
sendo composta por “atleta paraplégico, com equilíbrio
insuficiente quando sentado ereto numa cadeira de rodas sem
suporte de um encosto. Músculos abdominais e das costas não
são funcionais para controlar a parte superior do tronco e
fixar a posição lombar”.
Pouco a pouco, Gabriel quebra paradigmas. Apesar de ter
ficado abalado ao receber do médico a notícia da lesão
medular nas vértebras T3, hoje é vida normal. Ele concilia o
trabalho no setor de investimento da Ampla com a faculdade
no turno da noite e ainda arranja tempo para o esporte, o
namoro, e até a direção em carro adaptado. Em relação aos
estudos, toca seu ensino superior após diploma em Ciência
Aeronáutica, nível técnico.
“Acredito que minha missão seja mostrar que o cadeirante tem
uma vida como a de qualquer outra pessoa, só vejo o mundo de
uma posição diferente, sentado e não em pé como você”,
afirma, “Já me perguntaram ‘O que você faz em casa para
passar o tempo?’ Durmo apenas, porque saio às 8h e só volto
22h30". A garra chamou atenção do reitor do Unilasalle-RJ.
Em encontro com o campeão, o Irmão Jardelino Menegat
concedeu ao universitário a gratuidade até o fim do curso.
“Queremos ser uma referência de qualidade, mas também de
assistência social, ajudamos muitas pessoas e o Gabriel será
uma delas, sua coragem é um orgulho para nós”, conclui
Menegat.
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