A Prefeitura de Niterói apresentou, na
quarta-feira (19), ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente)
o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da TransOceânica. O
documento, de cerca de 1.200 páginas, propõe medidas que
minimizem os impactos à população e ao meio ambiente
enquanto a obra estiver sendo realizada e também aponta os
impactos positivos que projeto terá em sua fase de operação.
De posse do estudo, o Inea irá convocar
uma audiência pública para que a população possa participar,
tirar dúvidas e sugerir novas medidas que o estudo não
contemple. De acordo com a secretária municipal de Urbanismo
e Mobilidade Urbana, Verena Andreatta, a participação
popular terá um peso importante no processo.
Após esta etapa, é concedida uma licença
prévia que, segundo a secretária Verena Andreatta, será de
fundamental importância para o início da obra, que deverá
começar no segundo semestre deste ano.
O EIA indica locais onde haverá
necessidade de alargamento de vias para a implantação do
BHLS. O estudo aponta que deverão ser usados cerca de 27 mil
caminhões para a retirada de pedra resultante da perfuração
do túnel e sugere como destino do material uma pedreira fora
da cidade de Niterói para depósito e posterior reutilização
em outras obras da cidade.
A secretária Verena destaca ainda no
estudo o impacto positivo depois que as obras forem
concluídas. Com o funcionamento do BHLS, aproximadamente
nove mil toneladas de monóxido de carbono deixarão de ser
emitidas por ano.
Segundo o secretário de Meio Ambiente,
Daniel Marques, isso representa melhorias substanciais na
qualidade de vida, sobretudo no que diz respeito à prevenção
de doenças respiratórias.
A TransOceânica terá um total de 9,3
quilômetros de extensão com faixas exclusivas para ônibus,
um túnel que vai ligar os bairros do Cafubá e Charitas de
1,3 quilômetro, além de ciclovias e 13 estações.
Os ônibus funcionarão no sistema BHLS
(Bus of High Level of Service). Equipados com
ar-condicionado, os coletivos terão portas de ambos os
lados. Os passageiros serão recolhidos nos próprios bairros
onde moram e os ônibus serão autorizados a entrar na faixa
exclusiva do BHLS.
No projeto da Transoceânica, está
prevista também a integração da via com a estação
hidroviária de Charitas, que será reforçada com a aquisição
de novas barcas vindas da China, e será transformada em um
terminal intermodal.
O estudo informa ainda que o entorno do quartel do Corpo de
Bombeiros no Engenho do Mato deverá ser afetado em razão da
construção de uma praça e a medida para minimizar esse
impacto será redirecionar a entrada e saída de viaturas.
O EIA inclui outros dados importantes
como a caracterização do empreendimento, do território onde
ele será construído, a legislação pertinente e o tipo de
zoneamento das áreas afetadas.