Opinião | ‘Eu acredito no Rio, eu acredito em São Gonçalo’
A renovação política é extremamente necessária. O país passa por um momento de forte turbulência com descrença e desordem institucional. Mas o cenário ideal será difícil de se concretizar. Os empecilhos são enormes: estrutura engessada dos partidos, campanhas caras, com prazo mais curto e poder nas mãos de quem está no poder.
A mudança, portanto, será sim mais difícil. E por isso mesmo devemos todos nos mobilizar para que comemoremos juntos em outubro a concretização da mudança e da renovação de verdade na política.
Historicamente o Congresso registra uma renovação de cerca de 40%. Uma renovação mentirosa porque são apenas os nomes que são novos; os sobrenomes e as oligarquias são sempre as mesmas. O caminho não é esse. O que o Brasil precisa são outros princípios e outras práticas. Ou seja, uma renovação não só quantitativa, mas qualitativa.
Não dá mais para esperar. O nosso país passa por um momento crítico. Uma crise de representatividade que compromete nosso sistema eleitoral. Os políticos brasileiros parecem que não aprenderam nada com a Lava Jato e com as outras investigações. Estatais brasileiras continuam sendo aparelhadas. Novas denúncias de corrupção surgem a cada dia.
Até quando?
Temos que confiar em nossa capacidade de nos organizar e escolher o futuro que queremos já. Precisamos dar voz a uma nova geração na definição dos rumos de nosso país agora.
É preciso escolher acreditar no Brasil, no Rio de Janeiro e também em minha cidade natal, São Gonçalo. O tempo de sentar no sofá e apenas assistir os telejornais com indignação, sem fazer nada, passou.
Por isso, eu escolhi acreditar no Brasil. Voltei para o país, após estudar no exterior, para lutar por uma política que combata privilégios e quebre o monopólio de sobrenomes, que vá além da polarização radical e promova o diálogo e a busca de soluções efetivas. Voltei para defender práticas partidárias mais democráticas e transparentes, com renovações de lideranças que representem as identidades raciais e de gênero, que reflitam o Brasil. Um novo poder Legislativo com a cara do nosso país.
Todos precisam lutar por algo mais conectado com a sociedade, com suas demandas e seu ritmo. Pela redução das profundas desigualdades, por uma economia inclusiva e competitiva, com políticas sociais universais, sustentabilidade econômica e social. É preciso uma gestão pública moderna e eficiente. Com o Estado exercendo o seu papel, sem nos deixar influenciar por discursos radicais que ganham força em momentos de desespero.
Todos precisam apoiar um novo formato de campanha, mais inclusivo, financiada com mais equidade e transparência, com limites para doações individuais. É preciso, de uma vez por todas, ter uma aproximação entre eleitores e eleitos com base em ideias e não em trocas de favores.
E, mais do que isso, eu escolhi acreditar em todo o Rio de Janeiro. É inadmissível que alguém fale que o nosso Estado acabou, que ele precisa ser “enterrado”. Ter a coragem e a humildade para reconhecer nossos erros é o primeiro passo para mudar a nossa situação. Mas o segundo e mais importante neste momento é exatamente optar pela mudança.
O Rio de Janeiro é o maior destino turístico internacional do Brasil e da América Latina. Funciona como um farol nacional, seja positiva ou negativamente. O nosso Estado precisa estar bem para o Brasil estar bem. Precisamos ter a coragem de mudar e mostrar que todos são capazes.
Para essa nova cidade, novo Estado e esse novo Brasil, a política precisar ter um papel crucial e transformador. Isso deve se dar com cada vez mais democracia. E, acima de tudo, é preciso acreditar no Brasil. É preciso acreditar no Rio de Janeiro e em São Gonçalo. Eu acredito! E você?
* Renan Ferreirinha é formado em Economia e Ciência Política em Harvard. Co-fundador dos movimentos Mapa Educação e Acredito. Candidato a deputado estadual pelo PSB.