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Janeiro Roxo alerta para o combate à hanseníase

Doença atinge aproximadamente 30 mil brasileiros por ano e confere ao país o 2º lugar em número de casos no mundo. O tratamento é disponibilizado pelo SUS e há chance de cura quando o diagnóstico for feito no estágio inicial

Considerada uma doença infecciosa crônica, a hanseníase, conhecida antigamente como lepra e rodeada de preconceitos, é causada pela bactéria Mycobacterium leprae – ou bacilo de Hansen, que se reproduz lentamente, levando entre 5 a 10 anos para se manifestar. Atinge principalmente os nervos periféricos e está associada a lesões cutâneas, como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, ressecamento e perda de sensibilidade. 

De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hanseníase do Ministério da Saúde, o Brasil apresentou 15.155 novos diagnósticos de hanseníase em 2021, índice abaixo do registrado em 2020, de 17.979, mas que confere ao país, segundo a OMS, o posto de 2º lugar em todo o mundo em número de casos. O enfermeiro infectologista e coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do HSANP, Milton Alves Junior, explica que a baixa não deve ser considerada como diminuição do contágio, mas sim, a ausência de diagnóstico no período da pandemia. “Houve uma diminuição de aproximadamente 50% de detecção da doença, impulsionado pelos problemas gerados no acesso à saúde nos últimos 2 anos. É preocupante, pois essa doença deve ser levada a sério”, afirma. 

A boa notícia é que, quando identificada e tratada precocemente, a doença tem boas chances de cura. “No entanto, se o paciente não buscar tratamento, pode ter sequelas para o resto da vida, como limitações físicas, fraqueza muscular e até a perda do movimento da mão”, explica o especialista. 

O diagnóstico no estágio inicial é primordial para a cura e para impedir a disseminação da bactéria. A análise clínica deve ser feita para verificar a incidência, além da realização de um exame de baciloscopia do raspado intradérmico, que é necessário para identificar a presença de bacilos. O infectologista acrescenta ainda que, em caso positivo, logo no início do tratamento é possível cessar a transmissão da doença. 

Transmissão e Tratamento

A transmissão ocorre quando um paciente infectado e sem tratamento elimina o vírus e passa para outra pessoa. A propagação se dá pelo contato com secreções oriundas de vias respiratórias como tosse, espirro e pela utilização de objetos contaminados, ou pelo contato muito próximo e prolongado com o doente.

O tratamento da hanseníase é feito por meio da poliquimioterapia (PQT), uma associação de antibióticos com a função de combater a bactéria, por um período de um a seis meses, podendo ser prolongado, e é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

 

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