Smartphones e redes sociais na infância e adolescência, um problema de todos nós!
Cristina Lebre *
Criar filhos, nos tempos atuais, não tem sido uma tarefa fácil. Desde a mais tenra idade já nos deparamos com a demanda da criança, e mais tarde do adolescente e do jovem, pelo uso dos smartphones para acesso a jogos e redes sociais. Enquanto pais e professores se debruçam em debates calorosos sobre o assunto, a academia, nas mais diversas áreas das ciências humanas, biomédicas e tecnológicas, busca respostas e orientações que venham de encontro à necessidade dos pais por orientação equilibrada e pela saúde física, mental e emocional desses jovens.
No último dia 5 de agosto foi celebrado o Dia Nacional da Saúde, destacando que é apropriado o tom de urgência sobre os perigos das mídias sociais e seu potencial para afetar o desenvolvimento social, educacional, psicológico e neurológico de adolescentes.
“Eu sempre dizia a mim mesma que entraria na rede social só para conferir algumas novidades dos meus amigos. Os quinze minutos viraram duas, três ou mais horas todos os dias”, conta a jovem Maria Amorim, de 17 anos. “Percebi que aquilo estava afetando o meu sono, como eu utilizava o meu tempo e o meu estado emocional, porque vivia me comparando com outros”.
Os pais ou responsáveis têm um papel fundamental nesse cenário. É nessa hora que recorrer tanto aos psicólogos quanto às orientações contidas nas sagradas escrituras pode ser de extrema valia para embasar as decisões dos milhões de famílias em todo o mundo que vivem, hoje, as mesmas questões.
“As redes sociais podem trazer algum benefício, mas, como pais, precisamos pensar nos perigos e decidir se nossos filhos devem ou não fazer uso delas. Ensino minha filha a identificar e a evitar conteúdos perigosos, estabeleço limites de tempo e como se comportar online”, diz Kênia de Oliveira, que é mãe de uma adolescente de 16 anos.
Talvez não tenhamos ainda uma noção completa do tamanho do problema com o qual estamos lidando. Mas em poucos anos saberemos, se não tomarmos medidas tempestivas para equilibrar o uso da Internet por nossos filhos. A web, sem sombra de dúvida, é um avanço inexorável da tecnologia de comunicação entre seres humanos, que abarca, hoje, praticamente, todas as áreas da vida em sociedade. É absolutamente fantástico podermos ter acesso ao vivo ao que está acontecendo, agora mesmo, do outro lado do mundo, ou localizarmos pessoas que não vemos há anos, ou mesmo trabalhar de qualquer parte do planeta para uma empresa. Quanto à prerrogativa, de qualquer internauta, de compartilhar uma informação ou fato, podemos dizer que é incrível. Porém, quando se trata de darmos o melhor para nossos filhos e evitar que eles sofram, precocemente, com sintomas que afetam seu desenvolvimento integral, o nível de acesso aos dispositivos eletrônicos deve ser estabelecido pelos pais com base em sua experiência de adultos e em seu desejo de encaminhar seus filhos, da melhor forma possível, para o futuro que se anuncia.
Outro aspecto a ser destacado, principalmente junto às escolas, mas também em família, é desenvolver o gosto pela leitura, desde meros gibis a livros consagrados da literatura nacional e mundial. Lembramos sempre que, para ler, não é preciso celular, antes um bom livro físico nos afasta dos dispositivos eletrônicos ao mesmo tempo em que abre nossa mente para a absorção de uma cultura excelente para toda a vida.
A jovem Maria Eduarda de Amorim tomou medidas práticas para recuperar o controle de seu dia a dia e seu bem-estar emocional, inclusive recorrendo, juntamente com seus pais, a princípios bíblicos que falam sobre temperança e as coisas excelentes para nossa vida.
É fundamental pesquisar, ler e tentar se aprofundar mais sobre a matéria em família, tanto pais quanto filhos, quando já adolescentes, a fim de integrarem-se nessa busca pelo uso saudável e equilibrado de smartphones e redes sociais, aproveitando suas inúmeras vantagens para o bem de nossa juventude.
* Matéria escrita em parceria com Deoclecio da Matta, do site jw.org. O site está acessível em mais de mil idiomas, incluindo a língua brasileira de sinais.
Cristina Lebre é autora dos livros “Olhos de Lince” e “Marca d’Água”, a venda pelo site recantodasletras.com.br ou pelo e-mail lebre.cristina@gmail.com
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