Niterói interdita quatro ferros-velhos em operação contra receptação

A Prefeitura de Niterói, em cooperação com a Polícia Civil, realizou nesta segunda-feira (14) mais uma etapa da Operação Asfixia, voltada ao enfrentamento da receptação de bens furtados e à repressão de crimes patrimoniais. Essa é a quarta ação do tipo executada em menos de trinta dias, como parte de uma força-tarefa que tem contado com a atuação integrada de diversos órgãos municipais e estaduais.

A operação, que também integra os esforços da Operação Cavalo de Troia — coordenada pela 77ª Delegacia de Polícia (Icaraí) e comandada pelo delegado Vilson de Almeida Silva —, teve como alvo principal ferros-velhos suspeitos de atuarem na revenda de itens oriundos de furtos e roubos. Quatro estabelecimentos foram fiscalizados. Dois deles foram interditados devido a irregularidades graves, enquanto os outros dois receberam notificações administrativas.

A ação concentrou esforços em áreas tidas como sensíveis dentro do município, locais onde se verifica a presença e a influência direta de organizações criminosas. As incursões ocorreram com apoio da Coordenadoria de Ações Táticas da Guarda Municipal, agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e do Departamento de Fiscalização de Posturas. Todo o trabalho foi embasado por levantamentos realizados pelos setores de inteligência das delegacias envolvidas e do Gabinete de Gestão Integrada da Prefeitura.

Apreensões e indícios de ligação com o tráfico

Durante as diligências, foram encontradas e apreendidas 13 máquinas caça-níqueis, bombas de água, portões metálicos, tampas e cabos de cobre, todos com indícios de origem ilícita. Além disso, uma bicicleta e uma motocicleta modelo Biz, ambas com sinais de roubo ou furto, foram recuperadas pelas equipes de fiscalização. Esses materiais estavam espalhados entre os ferros-velhos localizados nos bairros de Santa Rosa e no Morro do Cavalão.

As operações contaram com mandados de busca e apreensão expedidos pela juíza Juliana Grillo El Jaick, com base nas investigações da 77ª DP. De acordo com a Polícia Civil, os estabelecimentos fiscalizados no Morro do Cavalão mantinham relação direta com o tráfico de drogas. A suspeita é de que essas unidades contavam com a proteção da estrutura criminosa local para continuar operando de forma ilegal.

O delegado Vilson de Almeida Silva afirmou que os objetos furtados na cidade estavam sendo levados especificamente para esses pontos de revenda no Cavalão, o que reforça a necessidade de continuidade nas ações. Já o secretário do Gabinete de Gestão Integrada, Felipe Ordacgy, destacou que a operação entra em nova etapa, mais aprofundada e estratégica.

“Estamos atuando contra uma segunda camada de estabelecimentos clandestinos, com apoio das inteligências policiais. Ações como essa garantem maior controle e preservação da ordem pública em Niterói”, declarou o secretário.

Expansão das ações por diferentes bairros

Desde o início da série de operações conjuntas, diversos bairros da cidade já foram alvos das fiscalizações. Na Região Oceânica, por exemplo, cinco ferros-velhos foram inspecionados, com autuações por irregularidades e duas pessoas levadas à 81ª DP (Itaipu). Em uma das etapas anteriores, nos bairros Fonseca, Barreto e Engenhoca, três estabelecimentos foram autuados e dois acabaram interditados.

Em outro ponto da cidade, no Buraco do Boi, bairro Barreto, uma ação conjunta com a Delegacia de Roubos e Furtos levou à interdição de um prédio invadido, onde funcionava um ponto de comercialização de materiais furtados. Cinco indivíduos foram detidos na ocasião.

A Operação Asfixia tem sido conduzida com o objetivo de interromper a cadeia de receptação e escoamento de bens ilícitos, funcionando como uma estratégia preventiva de segurança pública. As ações seguem sem data para encerrar e devem continuar atingindo regiões com histórico de atuação criminosa, conforme apontam os levantamentos policiais.

Fotos Bruno Eduardo Alves 
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